segunda-feira, 30 de junho de 2008

Acesse e acerte no ENEM

http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2008/60anosdoestadodeisrael/

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Pelo menos este ano escolha a opção da direita.

Interesses econômicos e questões geopolíticas contaminam os ideais olímpicos.

Séculos depois, as Olimpíadas perderam prestígio com o domínio romano sobre a Grécia. Em 392 d.C, o imperador Teodósio I, que havia se convertido ao cristianismo proibiu todas as festas que tivessem caráter pagão. O politeísmo dos jogos era inaceitável para um monarca convertido a uma religião monoteísta. As Olimpíadas só voltariam a ser realizadas em 1896, na Grécia (Atenas), por iniciativa de Pierre de Fredy (1863-1937), o barão de Coubertin que também fundou o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Na Grécia Antiga as Olimpíadas eram cerimônias de confraternização política e social, imortalizadas pelos poetas da época que contavam as façanhas dos heróis olímpicos. Na atualidade os Jogos se constituem num evento único, transmitido ao vivo pela televisão e assistidos bilhões de pessoas em todo o mundo.

O ideal de Coubertin era resgatar o sentido original das Olimpíadas que, antes de tudo, deveriam promover o encontro plural entre os povos. Mas, o sentido pluralista dos Jogos foi invariavelmente contaminado por interesses econômicos e disputas geopolíticas.

A partir dos anos 1970, o COI permitiu que atletas profissionais participassem das competições, antes somente reservadas a amadores. Essa situação permitiu a que grandes corporações internacionais ligadas ao setor esportivo convertessem as Olimpíadas num palco privilegiado do marketing. Sob a pressão dos negócios milionários que se associaram ao esporte, atletas passaram a utilizar os mais variados tipos de drogas com o objetivo de melhorar seus rendimentos físicos (e monetários).

Mas os patrocínios não ficaram restritos aos atletas. Nas Olimpíadas deste ano, transnacionais como a Coca Cola, a Lenovo, a rede Mc Donald’s e a Sansung estão dispendendo a bagatela de 100 milhões de dólares cada em patrocínios, enquanto a Volkswagen, a Adidas e a Air China entraram com cotas de US$ 50 milhões. Para Tim Fenton, executivo-chefe do Mc Donald’s na Ásia, em Pequim será disputada “a maior Olimpíada de nossa vida”.

Se na Antiguidade as Olimpíadas interrompiam as guerras, o mesmo não aconteceu com os Jogos Olímpicos modernos. Três deles, os de 1916, 1940 e 1944, não foram disputados em razão das duas guerras mundiais. Em praticamente todas as edições dos Jogos o espírito olímpico foi atropelado por algum tipo de questão política.

Na Olimpíada de 1920 (Antuérpia, Bélgica) as nações derrotadas na Primeira Guerra Mundial (Áustria, Alemanha, Hungria e Turquia), não foram convidadas, assim como também não o foram o Japão e Alemanha para a Olimpíada de Londres (1948). Nos jogos de 1936, em Berlim, Adolf Hitler, defensor da supremacia da raça ariana, retirou-se antes da premiação do atleta negro norte-americano Cornelius Johnson.

A lista de atropelos é longa. Em 1952, depois de longas e inconclusivas discussões com o COI, China e Taiwan desistiram de participar daqueles Jogos, realizados em Helsinque (Finlândia). Em 1956, por conta da Crise de Suez, Egito, Iraque e Líbano desistiram de participar nos Jogos de Melbourne (Austrália) o mesmo acontecendo com a Holanda e Espanha que protestaram contra a invasão soviética da Hungria.

A de 1960, em Roma, foi a última Olimpíada na qual participou o Estado sul-africano de minoria branca, em razão dos protestos internacionais contra o regime do apartheid. Expulso do COI, só voltaria a participar dos jogos em 1992. Naqueles Jogos, de 1960, realizados um ano antes da construção do Muro de Berlim, as duas Alemanhas desfilaram e competiram sob a bandeira olímpica.

A radicalização das lutas do movimento negro norte-americano teve reflexos nos Jogos do México (1968). Os atletas negros americanos Tommie Smith e John Carlos, medalhistas numa das provas de atletismo, usando luvas e boinas negras transformaram a cerimônia de entrega das medalhas numa demonstração política. Sob os primeiros acordes do hino americano eles ergueram os punhos fechados na saudação-símbolo do movimento Black Power.

Os jogos de Munique (Alemanha, 1972), ficaram marcados pela ação do grupo extremista palestino Setembro Negro que seqüestrou e matou nove atletas de Israel. Desde então, as Olimpíadas passaram a se cercar de sofisticados aparatos de segurança, isolando os atletas do público.

Na década final da Guerra Fria registraram-se os grandes movimentos de boicote. Nas Olimpíadas de Moscou (1980), os Estados Unidos lideraram um boicote de 62 países em protesto contra a invasão soviética do Afeganistão ocorrida em 1979. Na Olimpíada seguinte os soviéticos e países do bloco socialista (com exceção da Romênia), boicotaram os jogos realizados em Los Angeles.

Mesmo antes de seu início, as Olimpíadas de Pequim já estão sendo questionadas por grupos que vêm promovendo manifestações em várias partes do mundo exigindo o boicote aos Jogos. O desrespeito aos Direitos Humanos no país, as “relações especiais” da China com o Sudão (acusado de genocídio de populações na região de Darfur) e a repressão aos monges tibetanos são as motivações dessas manifestações.

“Que a alegria e o companheirismo reinem e, dessa maneira, que a tocha Olímpica siga através dos tempos, promovendo a amizade entre os povos para o bem de uma humanidade cada vez mais entusiasmada, corajosa e pura”. As palavras de Pierre de Coubertin, nunca pareceram tão fora de lugar.