segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Nigéria o novo gigante

A Nigéria é o gigante demográfico da África, com uma população que se encaminha rapidamente aos 150 milhões de habitantes. Segundo estimativas, por volta de 2025 o país terá um efetivo populacional de mais ou menos 200 milhões que, em 2050, poderá chegar aos 280 milhões deixando para traz o Brasil em termos de população absoluta.
No contexto econômico africano e mundial a Nigéria se destaca por estar entre os maiores produtores de petróleo - e no âmbito da política regional lidera a Comunidade dos Estados da África Ocidental, uma organização empenhada em mediar e solucionar os conflitos e tensões que com freqüência ocorrem nas regiões do entorno do Golfo da Guiné. Apesar de sua indiscutível importância, o país enfrenta graves tensões internas desde sua independência, em 1960.
Criado artificialmente pelos britânicos, o Estado nigeriano possui duas macro regiões distintas e tradicionalmente rivais: o norte, majoritariamente muçulmano e politicamente hegemônico e o sul, predominantemente cristão e animista e economicamente mais próspero.
Três grupos etno-culturais são majoritários no país e se distinguem pela combinação de aspectos religiosos, identidade lingüística e pelo enraizamento territorial. Ao norte estão os haussa-fulanis (cerca de 32% da população total), adeptos do islamismo. O sudoeste é a área por excelência dos iorubas (cerca de 21%). Embora o animismo (religião ligada à crenças ancestrais) seja dominante nesta região, o islamismo teve forte crescimento nas últimas décadas. Curiosamente, os iorubas muçulmanos costumam se identificar primeiramente pela etnia, para depois indicar sua "preferência" religiosa. Por fim, o terceiro grande grupo, o dos ibos (cerca de 18%) é formado essencialmente por elementos cristãos e têm como área-núcleo o sudeste do país.
O restante da população - cerca de 30% - é formado por mais de 200 etnias, várias delas com apenas alguns milhares de indivíduos. Esses grupos têm um papel importante no país, ocupando postos chave nas Forças Armadas e nos estados do sudeste, onde ficam as principais jazidas de petróleo e gás natural. Por meio de complexas alianças, eles fazem frente à hegemonia imposta pelas três etnias majoritárias e concentram seus esforços em impedir a implosão da federação nigeriana.
Não por acaso, foram essas etnias as principais beneficiadas pelo processo de fragmentação político-administrativa do país. Isso pode ser constatado pelo fato da Nigéria ter passado de três estados federados em 1960, para mais de 30 na atualidade. A mudança antiga capital, Lagos (localizada em território ioruba, no sudoeste), para Abuja (situada no centro do país, portanto fora das áreas-núcleo das três etnias majoritárias) indica a importância dada pelo governo central à essas minorias. Isso, contudo, não tem impedido que conflitos esporádicos ocorram entre as várias etnias minoritárias, especialmente na porção sul do país.
Deve-se ressaltar também que mesmo no interior das áreas-núcleo das três grandes etnias a composição da população não é homogênea. Cada uma das grandes zonas (norte, sudoeste e sudeste) possui grupos que são étnica ou religiosamente minoritários. Assim, no norte haussa-fulani islamizado, são encontrados inúmeros bolsões de população que seguem o cristianismo. No conjunto ioruba aquele que se apresenta como mais homogêneo do ponto de vista étnico, há intensas rivalidades regionais cujas raízes estão ligadas à época da escravatura quando grupos étnicos do litoral capturavam escravos do interior para vende-los aos europeus. Na Nigéria contemporânea coabitam descendentes de escravagistas e vítimas desse processo. Este é um outro fator que contribui para explicar alguns dos rancores e antagonismos atuais.
Um outro aspecto que deve ser ressaltado é que foram os ibos, entre as três grandes etnias, aqueles que mais migraram de sua área-núcleo para outras regiões, especialmente para o norte do país. Nos últimos 50 anos, a história da porção setentrional da Nigéria tem sido marcada por tensões e confrontos entre a etnia dominante e os ibos.
Esse grupo é visado tanto por ser uma etnia exógena, como também por ser uma minoria cristã implantada no interior de uma área majoritariamente muçulmana. Durante a Guerra de Biafra (1967-1970), conflito no qual os ibos pretenderam se separar do resto do país, houve um êxodo maciço deles do norte em direção à sua área-núcleo. Terminado o conflito, ocorreram novos fluxos de migrantes ibos para outras regiões do país. Os que se estabeleceram no norte foram, em diferentes momentos, vítimas de novas perseguições.
Já na região sudeste, apesar da predominância demográfica dos ibos, a estratégia de ampliar sua influência sobre outros grupos é contestada por um grande número de minorias que inclusive se negaram a engajar do lado dos separatistas ibos durante a Guerra de Biafra.
Em resumo, o mapa religioso da Nigéria compreende três grandes blocos. O islamismo, majoritário entre as populações haussa-fulani do norte, vem crescendo junto aos iorubas do sudoeste. Os cristãos, majoritários no seio das etnias sulistas, especialmente junto aos ibos e das pequenas etnias vizinhas, estão presentes também em bolsões minoritários no norte do país. Por fim, os cultos animistas, são expressivos junto às populações do sul, especialmente entre os iorubas.
Como esses três grandes conjuntos religiosos não coincidem exatamente com a distribuição étnica, surgem situações complexas. Nas últimas décadas, o islamismo teve forte crescimento no sudoeste junto à etnia ioruba, modificando a imagem do islamismo nigeriano, até então marcadamente haussa-fulani.
A região norte tem sido, nas últimas duas décadas, palco constante de confrontações em função, de um lado, do crescimento de movimentos islâmicos radicais, estimulados por entidades religiosas financiadas por países do Oriente Médio (especialmente a Arábia Saudita) e, de outro, por uma onda de "nova evangelização" das etnias minoritárias não-muçulmanas encorajada por seitas protestantes. Nesse contexto, qualquer pequeno incidente pode resultar em explosões de violência que só ajudam a perpetuar as tensões.
O crescimento do islamismo mais radical tem se verificado sobre os fracassos dos modelos ocidentais que foram tentados pelos diferentes governos que o país já teve. Recusando o processo de globalização e condenando a excessiva ocidentalização das elites corruptas, esses movimentos têm recrutado simpatizantes especialmente entre o grande número de jovens sem perspectiva que se amontoam nas periferias e favelas das grandes cidades do norte do país. Eles se constituem em massa de manobra facilmente manipulável.
Dada a complexidade dos problemas internos do país e das tensões latentes acumuladas é quase um milagre que a Nigéria não tenha se desintegrado territorialmente.

Nigéria: radiografia de um país emergente da África

A Nigéria é o gigante demográfico da África, com uma população que se encaminha rapidamente aos 150 milhões de habitantes. Segundo estimativas, por volta de 2025 o país terá um efetivo populacional de mais ou menos 200 milhões que, em 2050, poderá chegar aos 280 milhões deixando para traz o Brasil em termos de população absoluta.
No contexto econômico africano e mundial a Nigéria se destaca por estar entre os maiores produtores de petróleo - e no âmbito da política regional lidera a Comunidade dos Estados da África Ocidental, uma organização empenhada em mediar e solucionar os conflitos e tensões que com freqüência ocorrem nas regiões do entorno do Golfo da Guiné. Apesar de sua indiscutível importância, o país enfrenta graves tensões internas desde sua independência, em 1960.
Criado artificialmente pelos britânicos, o Estado nigeriano possui duas macro regiões distintas e tradicionalmente rivais: o norte, majoritariamente muçulmano e politicamente hegemônico e o sul, predominantemente cristão e animista e economicamente mais próspero.
Três grupos etno-culturais são majoritários no país e se distinguem pela combinação de aspectos religiosos, identidade lingüística e pelo enraizamento territorial. Ao norte estão os haussa-fulanis (cerca de 32% da população total), adeptos do islamismo. O sudoeste é a área por excelência dos iorubas (cerca de 21%). Embora o animismo (religião ligada à crenças ancestrais) seja dominante nesta região, o islamismo teve forte crescimento nas últimas décadas. Curiosamente, os iorubas muçulmanos costumam se identificar primeiramente pela etnia, para depois indicar sua "preferência" religiosa. Por fim, o terceiro grande grupo, o dos ibos (cerca de 18%) é formado essencialmente por elementos cristãos e têm como área-núcleo o sudeste do país.
O restante da população - cerca de 30% - é formado por mais de 200 etnias, várias delas com apenas alguns milhares de indivíduos. Esses grupos têm um papel importante no país, ocupando postos chave nas Forças Armadas e nos estados do sudeste, onde ficam as principais jazidas de petróleo e gás natural. Por meio de complexas alianças, eles fazem frente à hegemonia imposta pelas três etnias majoritárias e concentram seus esforços em impedir a implosão da federação nigeriana.
Não por acaso, foram essas etnias as principais beneficiadas pelo processo de fragmentação político-administrativa do país. Isso pode ser constatado pelo fato da Nigéria ter passado de três estados federados em 1960, para mais de 30 na atualidade. A mudança antiga capital, Lagos (localizada em território ioruba, no sudoeste), para Abuja (situada no centro do país, portanto fora das áreas-núcleo das três etnias majoritárias) indica a importância dada pelo governo central à essas minorias. Isso, contudo, não tem impedido que conflitos esporádicos ocorram entre as várias etnias minoritárias, especialmente na porção sul do país.
Deve-se ressaltar também que mesmo no interior das áreas-núcleo das três grandes etnias a composição da população não é homogênea. Cada uma das grandes zonas (norte, sudoeste e sudeste) possui grupos que são étnica ou religiosamente minoritários. Assim, no norte haussa-fulani islamizado, são encontrados inúmeros bolsões de população que seguem o cristianismo. No conjunto ioruba aquele que se apresenta como mais homogêneo do ponto de vista étnico, há intensas rivalidades regionais cujas raízes estão ligadas à época da escravatura quando grupos étnicos do litoral capturavam escravos do interior para vende-los aos europeus. Na Nigéria contemporânea coabitam descendentes de escravagistas e vítimas desse processo. Este é um outro fator que contribui para explicar alguns dos rancores e antagonismos atuais.
Um outro aspecto que deve ser ressaltado é que foram os ibos, entre as três grandes etnias, aqueles que mais migraram de sua área-núcleo para outras regiões, especialmente para o norte do país. Nos últimos 50 anos, a história da porção setentrional da Nigéria tem sido marcada por tensões e confrontos entre a etnia dominante e os ibos.
Esse grupo é visado tanto por ser uma etnia exógena, como também por ser uma minoria cristã implantada no interior de uma área majoritariamente muçulmana. Durante a Guerra de Biafra (1967-1970), conflito no qual os ibos pretenderam se separar do resto do país, houve um êxodo maciço deles do norte em direção à sua área-núcleo. Terminado o conflito, ocorreram novos fluxos de migrantes ibos para outras regiões do país. Os que se estabeleceram no norte foram, em diferentes momentos, vítimas de novas perseguições.
Já na região sudeste, apesar da predominância demográfica dos ibos, a estratégia de ampliar sua influência sobre outros grupos é contestada por um grande número de minorias que inclusive se negaram a engajar do lado dos separatistas ibos durante a Guerra de Biafra.
Em resumo, o mapa religioso da Nigéria compreende três grandes blocos. O islamismo, majoritário entre as populações haussa-fulani do norte, vem crescendo junto aos iorubas do sudoeste. Os cristãos, majoritários no seio das etnias sulistas, especialmente junto aos ibos e das pequenas etnias vizinhas, estão presentes também em bolsões minoritários no norte do país. Por fim, os cultos animistas, são expressivos junto às populações do sul, especialmente entre os iorubas.
Como esses três grandes conjuntos religiosos não coincidem exatamente com a distribuição étnica, surgem situações complexas. Nas últimas décadas, o islamismo teve forte crescimento no sudoeste junto à etnia ioruba, modificando a imagem do islamismo nigeriano, até então marcadamente haussa-fulani.
A região norte tem sido, nas últimas duas décadas, palco constante de confrontações em função, de um lado, do crescimento de movimentos islâmicos radicais, estimulados por entidades religiosas financiadas por países do Oriente Médio (especialmente a Arábia Saudita) e, de outro, por uma onda de "nova evangelização" das etnias minoritárias não-muçulmanas encorajada por seitas protestantes. Nesse contexto, qualquer pequeno incidente pode resultar em explosões de violência que só ajudam a perpetuar as tensões.
O crescimento do islamismo mais radical tem se verificado sobre os fracassos dos modelos ocidentais que foram tentados pelos diferentes governos que o país já teve. Recusando o processo de globalização e condenando a excessiva ocidentalização das elites corruptas, esses movimentos têm recrutado simpatizantes especialmente entre o grande número de jovens sem perspectiva que se amontoam nas periferias e favelas das grandes cidades do norte do país. Eles se constituem em massa de manobra facilmente manipulável.
Dada a complexidade dos problemas internos do país e das tensões latentes acumuladas é quase um milagre que a Nigéria não tenha se desintegrado territorialmente.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Recursos oceânicos são alvo de disputas entre Estados

As primeiras fotos da Terra tomadas do espaço comprovaram algo já conhecido: nosso planeta deveria se chamar Oceano ou Água, no lugar de Terra. Cerca de 70% da superfície do planeta é recoberta por uma imensa massa líquida que alguns denominam Oceano Mundial, tradicionalmente dividido em entidades geográficas menores – o Pacífico, o Atlântico, o Índico e o Ártico. Cada um dos quatro oceanos engloba porções menores, os mares, delimitados normalmente por ilhas ou por recortes do litoral. Esse imenso mundo líquido, em constante movimento, condiciona a vida em nosso planeta.
Os oceanos desempenham papel crucial no equilíbrio ecológico mundial, pois regulam o clima e o ciclo da água, ensejam trocas gasosas com a atmosfera e influem na composição do ar. Além disso, apresentam uma vasta e rica biodiversidade composta por milhões de espécies, a maioria delas ainda pouco conhecida.
As características da água do mar – temperatura, salinidade, densidade – e diversos fatores externos que exercem influência sobre as massas líquidas, como os ventos, a força de Coriolis e a atração gravitacional lunar, determinam o deslocamento das águas oceânicas. Tais deslocamentos, que se verificam entre o fundo e a superfície e de um ponto para outro do globo, são responsáveis pelos fenômenos das marés e das correntes marinhas. Verdadeiros “rios” que cruzam os oceanos, as correntes marinhas interferem na variação das temperaturas e na distribuição das chuvas das regiões litorâneas sujeitas à sua ação.
As influências mais diretas do oceano sobre as áreas continentais não vão além dos 100 quilômetros da linha de costa. Nessas faixas, que não representam mais de um quinto das terras emersas, habita atualmente pouco mais da metade da população mundial. De acordo com as projeções, em 2025 a população das áreas litorâneas atingirá três quartos do total. Já hoje, cerca de 70% das maiores cidades do mundo são costeiras. Os ecossistemas costeiros são áreas de grande fragilidade ambiental As pressões exercidas por atividades humanas – como a pesca, o tráfego marítimo, a urbanização, as instalações industriais – causam impactos em graus de intensidade variável sobre os recifes coralíneos, os mangues, os estuários e a vegetação litorânea em geral.
Não há como negar a importância econômica dos oceanos e mares. Os oceanos são os grandes corredores do intercâmbio global de mercadorias: atualmente, cerca de 90% dos bens comercializados no mundo circulam através de navios. A atividade pesqueira, praticada de forma predatória, contribui para reduzir dramaticamente os estoques de determinados tipos de peixes, especialmente os de maior valor comercial.
Inúmeros recursos minerais, como ouro, níquel, magnésio e hidrocarbonetos, são encontrados nas águas rasas ou profundas dos oceanos. Cerca de 30% do petróleo do mundo é extraído em plataformas marítimas. Se o sal, o petróleo e outros minerais são extraídos há algum tempo, outras riquezas ainda aguardam o desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir os custos de extração. No entanto, os minerais escondidos sob os oceanos podem se tornar recursos essenciais em futuro não muito distante.
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar, firmada em Montego Bay, nas Bahamas, em 1982, definiu a divisão geopolítica das águas oceânicas em mar territorial, mar contíguo e zona econômica exclusiva. Definiu-se também que cada país litorâneo exerceria soberania decrescente à medida em que aumenta a distância entre a costa e o alto mar. A partir daí, a soberania deixaria de existir. Decidiu-se ainda que o fundo do mar, fora da jurisdição nacional, passaria a ser considerado patrimônio comum da humanidade. Mesmo assim, as tentativas de imposição de leis internacionais mais rígidas de controle sobre abusos esbarram na soberania dos países sobre as águas territoriais e nas controvérsias a respeito da aplicação da legislação sobre as águas internacionais. Além disso, os Estados Unidos e alguns outros países rejeitaram a Convenção.
Por serem locais de passagem e de intercâmbios comerciais, e também por abrigarem recursos minerais e biológicos diversificados, os espaços marítimos são objeto de crescente competição internacional. As grandes potências, que possuem os meios mais eficazes para explorar os recursos marinhos, tendem a favorecer um regime de ampla liberdade de exploração das riquezas oceânicas. Por outro lado, os Estados menos desenvolvidos tentam tirar proveito de sua situação geográfica para estabelecer direitos sobre espaços marítimos mais amplos, nas proximidades de seu litoral. Tensões geopolíticas entre países relacionadas à soberania sobre áreas oceânicas pipocam por todos os lados, no mundo inteiro.
No Atlântico Sul, por exemplo, destaca-se a antiga disputa entre Grã-Bretanha e Argentina pela soberania sobre o arquipélago das Malvinas (Falklands). As ilhas foram ocupadas pelos britânicos no século XIX, gerando um situação de fato nunca reconhecida pelos argentinos. Os dois países travaram, em 1982, uma guerra pela posse das Malvinas. A derrota militar argentina acelerou a queda da ditadura no país sul-americano. A tensão reacendeu-se há pouco, após a decisão britânica de iniciar a exploração de petróleo na plataforma continental do arquipélago.
O petróleo ativa tensões e reivindicações sobre as águas oceânicas em outros lugares também. Na hipótese de continuidade do rápido derretimento da calota polar do Ártico, ficará aberta a via para a exploração de vastas reservas de petróleo e gás, estimadas como as maiores ainda remanescentes no mundo. Os países da região ártica, especialmente a Rússia, já tomam a iniciativa de requerer direitos sobre águas até agora consideradas internacionais.

O perfil das regiões, segundo a Pnad

Entre, vale a pena:

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/infografico/pnad/perfil-por-regiao/2010/09/07/o-perfil-das-regioes-segundo-a-pnad.jhtm